25
MAR

Somos TODOS Arquitectos

“uma ode à arquitectura, aos arquitectos e à percepção da nossa profissão”

O que é arquitectura? Existem muitas definições, das quais as palavras-chave que carrego sempre comigo são “construir”, “abrigo”, “conforto”, “necessidade”, “estética”, “arte”, “forma”, “protecção”, e estas podiam continuar, e continuar, e continuar… mas, Arquitectura é tanta coisa materializada, que acabamos percebendo esta palavra como a arte de construir. O pensar arquitectura hoje equivale a pensar em estruturas enormes, ou não, com carácter distinto e que sobressai a tudo que lhe é circundante; algo que se destaca e que é único.

Pois, a arquitectura também é isso. O homem constrói há milénios e, para tal, precisou aperfeiçoar conhecimentos e técnicas, algumas ainda usadas nos tempos actuais. Daí a frase “somos todos arquitectos”. Todos sabemos onde e como queremos viver, mas saberemos todos qual é a melhor forma de pensar em cada um dos espaços e de construir o que queremos? Recuso-me a falar daquilo que todos ouvem de um arquitecto: “orientação solar, ventilação, iluminação natural”; prefiro falar do efeito luz-sombra, das salas iluminadas mas não quentes, das cozinhas e das casas-de-banho devidamente posicionadas para não proliferar cheiros, e de forma a não gastar demasiado na tubagem; falo de se pensar na casa como um todo para que o pedreiro não fale sobre alterações, ou para que não haja rachas, ou para que não se gaste duas vezes mais em estrutura, sem necessidade. O arquitecto é o guardião de sonhos e o coordenador de um projecto que é trabalhado para poder existir por engenheiros de estruturas, de águas, de electricidade e até de mecânica.

Será mesmo que todos somos capazes disto? Será que somos todos capazes de detectar todos os erros cometidos pelos nossos altamente flexíveis pedreiros, ao invés de contratarmos o profissional que foi formado para fazer exactamente isso: garantir um sonho exequível?

Quando tenho dores de cabeça sei que devo tomar um Paracetamol, ou que devo repousar. Isso faz de mim conhecedora de soluções rápidas. Será que isso faz de mim médica? Sei o que fazer, mas não o que causa. Quando a coisa fica mais complexa, tenho a certeza absoluta que não me posso suturar, ou detectar doenças, ou mesmo vacinar-me. Somente um médico o pode fazer: não a enfermeira; não o paramédico. Por isso pergunto: somos todos “arquitectos”, mas somos todos bons arquitectos? Seremos todos arquitectos completos, que percebem todas as nuances do que é construir? E quantos dos outros “arquitectos” conseguem iniciar e terminar uma construção sem demolir por terem mudado de ideias, ou porque foram decidindo sobre os compartimentos a medida que o projecto ia crescendo? E quantos realmente gostam do resultado final?

Esta reflexão serve para dizer que o trabalho do arquitecto, na visão da Archi d’Elle, não é de sonhar isoladamente e de entregar um produto acabado, concebido e desenvolvido unilateralmente: somos TODOS sonhadores, sabemos TODOS como queremos viver, e ninguém nos pode dizer o contrário. Somos unos, com rotinas e preferências únicas, o que significa que cada construção é única. Uns são clássicos, outros tradicionais, outros conservadores e outros deveras modernos. Somos diferentes! E os nossos projectos também o devem ser, mesmo quando inspirados noutros. É aqui onde entra a nossa profissão; onde entra a Archi d´Elle: transformamos os seus sonhos em realidade; ouvimos, sonhamos, aconselhamos e concebemos em conjunto um produto único, pertencente a UM cliente, resultado de UM sonho.